Thursday, June 14, 2007

O grito do silêncio

Segundo Lavoisier, “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma…”, mas não é verdade.
Há mesmo coisas que se perdem.
De forma temporária ou definitiva.
Aconteceu com o blog da Sianna. A blogosfera ficou mais pobre. A menos que a Sianna esteja em processo de transformação e, nesse caso, nos presenteie com mais algumas das pérolas a que nos habituou com uma nova apresentação.
Para a Sianna, deixo aqui um poema de mais um português desconhecido

“Se o fogo trás nas chamas
A alma que se agita
e que te acena
para que de um trago
a paixão ousada
te consuma
contempla o seu brilho
sem receio....
P’ra quê fugir da alma a que tens direito?
As raízes do teu ser
perdidas no infinito
crescem com a jovialidade
do turbilhão incessante
dos ideais não acabados
da tua idade.”
(fjunior@mail.telepac.pt)

Tuesday, May 29, 2007

Soneto

Hoje o vento levou-me ao Ary...

"
Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?

Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.

Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.

Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.
"
José Carlos Ary dos Santos